Nota: Um contributo emprestado por um camarada do Blog Cravo de Abril.
Por Fernando Samuel
Como se esperava, os jornais portugueses não ficaram satisfeitos com a concludente vitória do «sim» no referendo da Venezuela - vitória que, nas circunstâncias em que foi obtida, pode e deve considerar-se histórica.
Apenas o Diário de Notícias traz a notícia para a primeira página e todos, incluindo o DN, repetem a cassete de falsidades que exaustivamente têm vindo a utilizar: «Chávez "agarra" poder perpétuo»; «Chávez vai manter-se no cargo sem prazo»; «Chávez vai manter-se, indefinidamente, no cargo»; «Chávez colado à cadeira do poder»; «Venezuelanos dão carta branca a "messias" Chávez»; «Chávez para sempre»; enfim, «Chávez é o paradigma de um certo populismo»...
Se o resultado tivesse sido o oposto, imagine-se o que seriam as primeiras páginas de todos estes jornais!...
Os jornais que refiro (DN, JN, Correio da Manhã, Diário Económico e Público) repetem-se, igualmente, na decisão de, sobre o referendo, darem a palavra... à «oposição venezuelana» e aos «analistas» - que analisam ao jeito dos jornais portugueses: «A vitória do «sim» não é o ponto final da discussão venezuelana. Há ainda muitas cartas para jogar» - ameaçam.
E os «analistas» de cá deixam um alerta de sentido inequívoco: «A expressão de votos, em democracia, fala mais alto do que quaisquer tiradas teóricas, mas pode, por vezes, constituir um grito destravado que torna inaudível a própria democracia»...
A bom entendedor...
Ora a verdade é que, quer eles queiram quer não, o referendo constitucional venezuelano é uma demonstração da democracia, de facto, existente naquele País.
Senão vejamos:
Os deputados bolivarianos no Parlamento da Venezuela são amplamente maioritários, pelo que, se Chávez quisesse, em vez de convocar um referendo teria levado a proposta de revisão constitucional ao Parlamento e tê-la-ia feito aprovar sem qualquer dificuldade - e, claro, sem permitir que o povo se pronunciasse de forma directa.
Imagine-se, agora, que Chávez tinha seguido esse caminho: o que para aí não iria de acusações de totalitarismo, ditadura, opressão, violação das liberdades e dos direitos humanos, eu sei lá!...
E no entanto, se Chávez tivesse optado por tal caminho, teria feito exactamente o que o PS e PSD têm feito nos últimos 32 anos, em que, recorde-se, já procederam a 7 revisões da Constituição da República Portuguesa (nalguns casos revisões de fundo: que desprezaram os próprios limites materiais da Constituição e que tornaram reversível o que a Lei Fundamental do País dizia ser irreversível), sem nunca recorrerem ao referendo e recorrendo sempre à utilização abusiva da maioria de que dispôem no Parlamento.
E, já agora, imagine-se também o que diriam os jornais portugueses se Chávez tivesse dito e feito assim:
Como não tenho a certeza de que o «sim» vai ganhar, não há referendo para ninguém: a emenda constitucional vai ao Parlamento onde tenho a aprovação garantida.
Senhores, o que por aí não iria!...
E, no entanto, se Chávez tivesse dito e feito assim estaria a dizer e a fazer exactamente o que os governantes portugueses fizeram para assegurar a «vitória» do «sim» ao Tratado de Lisboa...
Desculpem o desabafo: já não tenho pachorra para aturar esta cambada.
TeleSUR 23/02/2009A Venezuela submeteu-se a referendo de aprovação de uma modificação à Carta Magna (Constituição) da Re...
Uma vez mais, em dez anos, Hugo Chávez triunfou nas eleições internas. À excepção da consulta de reforma constitucional ...
Haz click en cualquier video para verlo Puedes ver otros en radiomundial.com.ve Por Juan Carlos Monedero Não v...
Ontem como hoje, Adelante Comandante! Sim a Chávez! Sim ao Socialismo! Canta tu também: Hu Ah! Chávez no se va! Os últi...
Informação
Agência Bolivariana de Notícias
Solidariedade Internacional
Tirem as Mãos da Venezuela (Brasil)
Manos Fuera de Venezuela (Espanha)
Pas Touche Au Venezuela (França)
Giù Le Mani Dal Venezuela (Itália)
Pas Touche Au Venezuela (Bélgica)
Häende weg von Venezuela (Suíça)
Hände weg von Venezuela (Alemanha)
Handut Irti Venezuelasta (Finlândia)
Hands off Venezuela Sverige (Suécia)
Manos Fuera de Venezuela (Argentina)
Manos Fuera de Venezuela (México)